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sexta-feira, 13 de junho de 2008

'O Poeta é um fingidor'

Ele teve quatro eu's. Quatro personalidades distintas. Quatro perspectivas de encarar o mundo. Quatro diferentes formas de divagar. Quatro opiniões divergentes do 'porvir'. Contudo, nenhuma forma menos bela de transpor para o papel o sentimento da alma atraves de belissimos poemas com os quais somos prendados hoje.

Faz hoje 120 anos desde o dia do seu nascimento.

Ele foi Ricardo Reis, Alvaro de Campos, Alberto Caeiro e é Fernando Pessoa.



"O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.

Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem? "


Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos (1911-1912)

1 comentário:

Francisco Norega disse...

Ele foi muito mais que quatro personalidades =P
E Bernardo Soares? Alexander Search?